O simpósio “Cem anos de Sagração da Primavera (1913-2013)” pretende congregar musicólogos, historiadores, investigadores, compositores, coreógrafos, bailarinos, encenadores, cenógrafos e a comunidade artística em geral, num encontro transdisciplinar onde se procurará:
- reflectir sobre a produção, recepção e estreia d’ A Sagração da Primavera de Stravinski/Nijinski/Roerich;
- reflectir sobre A Sagração da Primavera, a ideia de estética modernista que encerra, as suas repercussões, revisitações, reinterpretações, o estado da arte em torno dos seus estudos;
- traçar o percurso da interpretação e recepção d’ A Sagração da Primavera em Portugal;
- analisar, dar a conhecer e debater as propostas coreográficas d’ A Sagração da Primavera em Portugal;
- analisar a recepção d’ A Sagração da Primavera na imprensa portuguesa;
- reflectir sobre a influência d’ A Sagração da Primavera na produção artística em Portugal;
- interpretar o contexto histórico, socio-político, cultural e artístico, aquando da criação d’ A Sagração da Primavera, em 1913;
- analisar a recepção da passagem dos Ballets Russes por Lisboa, em finais de 1917.
A 29 de Maio de 1913, estreava no Théâtre des Champs-Élysées o bailado A Sagração da Primavera, inserido na temporada parisiense dos Ballets Russes do empresário Sergei Diaghilev. Com música de Igor Stravinski, coreografia de Vaslav Nijinski e cenários e figurinos de Nicholas Roerich, a miticamente conturbada primeira apresentação d’ A Sagração da Primavera viria a representar um momento chave no contexto do modernismo, nos domínios da música, da dança e das artes plásticas. A Sagração da Primavera, que tem como tema a celebração ritual da vida através do sacríficio e morte cerimonial de uma jovem (numa quase profetização da iminente Primeira Guerra Mundial que se iniciaria no ano seguinte), acabaria por se afirmar, nos últimos cem anos, como um dos mais revisitados bailados do repertório ocidental, cujo percurso foi marcado por propostas de coreógrafos como Léonide Massine (1920), Mary Wigman (1957), Maurice Béjard (1959), Kenneth MacMillan (1962), Pina Bausch (1975), Martha Graham (1984), Marie Chouinard (1993) ou Shen Wei (2003).
Em Portugal, o entusiasmo pelos Ballets Russes repercutiu-se desde cedo em obras, reflexões e propostas de autores como Almada Negreiros, Amadeu de Sousa Cardoso, António Ferro, José Pacheco, Francisco Florêncio Graça, Luís Reis Santos, Manuel de Sousa Pinto ou Rui Coelho, revelando-se um tema bem presente nos discursos e manifestos das correntes modernistas e futuristas da época, bem atentas à série de espectáculos dados pela companhia de Diaghilev aquando da sua passagem por Lisboa, em finais de 1917, cuja programação, contudo, não incluiu A Sagração da Primavera. Os ecos dos Ballets Russes e do imaginário por eles representado continuariam a fazer-se sentir ao longo da primeira metade do século XX culminando nos discursos e no projecto que, em 1940, no contexto do Estado Novo, deram lugar à criação, por António Ferro, então director do Secretariado da Propaganda Nacional, da companhia de Bailados Portugueses Verde Gaio, denominados no seu programa de apresentação como “os bailados russos portugueses”.
Quanto à Sagração da Primavera, a história da sua interpretação, em Portugal, tem início com a coreografia de Joseph Russillo para a Fundação Calouste Gulbenkian, em 1980. Desde então, foram apresentadas as propostas de Carlos Trincheiras para a Companhia Nacional de Bailado (em 1984), de Millicent Hodson e Kenneth Archer (CNB, 1994), Marie Chouinard (Ballet Gulbenkian, 2003) e, mais recentemente, no contexto da comemoração do centenário do surgimento dos Ballets Russes, as estreias das coreografias de Cayetano Soto (CNB, 2010) e de Olga Roriz (Companhia Olga Roriz, 2010).
- reflectir sobre a produção, recepção e estreia d’ A Sagração da Primavera de Stravinski/Nijinski/Roerich;
- reflectir sobre A Sagração da Primavera, a ideia de estética modernista que encerra, as suas repercussões, revisitações, reinterpretações, o estado da arte em torno dos seus estudos;
- traçar o percurso da interpretação e recepção d’ A Sagração da Primavera em Portugal;
- analisar, dar a conhecer e debater as propostas coreográficas d’ A Sagração da Primavera em Portugal;
- analisar a recepção d’ A Sagração da Primavera na imprensa portuguesa;
- reflectir sobre a influência d’ A Sagração da Primavera na produção artística em Portugal;
- interpretar o contexto histórico, socio-político, cultural e artístico, aquando da criação d’ A Sagração da Primavera, em 1913;
- analisar a recepção da passagem dos Ballets Russes por Lisboa, em finais de 1917.
A 29 de Maio de 1913, estreava no Théâtre des Champs-Élysées o bailado A Sagração da Primavera, inserido na temporada parisiense dos Ballets Russes do empresário Sergei Diaghilev. Com música de Igor Stravinski, coreografia de Vaslav Nijinski e cenários e figurinos de Nicholas Roerich, a miticamente conturbada primeira apresentação d’ A Sagração da Primavera viria a representar um momento chave no contexto do modernismo, nos domínios da música, da dança e das artes plásticas. A Sagração da Primavera, que tem como tema a celebração ritual da vida através do sacríficio e morte cerimonial de uma jovem (numa quase profetização da iminente Primeira Guerra Mundial que se iniciaria no ano seguinte), acabaria por se afirmar, nos últimos cem anos, como um dos mais revisitados bailados do repertório ocidental, cujo percurso foi marcado por propostas de coreógrafos como Léonide Massine (1920), Mary Wigman (1957), Maurice Béjard (1959), Kenneth MacMillan (1962), Pina Bausch (1975), Martha Graham (1984), Marie Chouinard (1993) ou Shen Wei (2003).
Em Portugal, o entusiasmo pelos Ballets Russes repercutiu-se desde cedo em obras, reflexões e propostas de autores como Almada Negreiros, Amadeu de Sousa Cardoso, António Ferro, José Pacheco, Francisco Florêncio Graça, Luís Reis Santos, Manuel de Sousa Pinto ou Rui Coelho, revelando-se um tema bem presente nos discursos e manifestos das correntes modernistas e futuristas da época, bem atentas à série de espectáculos dados pela companhia de Diaghilev aquando da sua passagem por Lisboa, em finais de 1917, cuja programação, contudo, não incluiu A Sagração da Primavera. Os ecos dos Ballets Russes e do imaginário por eles representado continuariam a fazer-se sentir ao longo da primeira metade do século XX culminando nos discursos e no projecto que, em 1940, no contexto do Estado Novo, deram lugar à criação, por António Ferro, então director do Secretariado da Propaganda Nacional, da companhia de Bailados Portugueses Verde Gaio, denominados no seu programa de apresentação como “os bailados russos portugueses”.
Quanto à Sagração da Primavera, a história da sua interpretação, em Portugal, tem início com a coreografia de Joseph Russillo para a Fundação Calouste Gulbenkian, em 1980. Desde então, foram apresentadas as propostas de Carlos Trincheiras para a Companhia Nacional de Bailado (em 1984), de Millicent Hodson e Kenneth Archer (CNB, 1994), Marie Chouinard (Ballet Gulbenkian, 2003) e, mais recentemente, no contexto da comemoração do centenário do surgimento dos Ballets Russes, as estreias das coreografias de Cayetano Soto (CNB, 2010) e de Olga Roriz (Companhia Olga Roriz, 2010).